Cristo, nossa retidão

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Cristo nossa justiça

Conhecemos muito bem a história contida em Zacarias 3:1-7. 

Assim lemos a visão: 
1| Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. 
2| Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo? 
3| Ora Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé diante do anjo. 
4| Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de trajes festivos. 
5| E acrescentou: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor estava ali de pé. 
6| E o anjo do Senhor declarou a Josué, dizendo: 
7| Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa, e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.  

Vemos Josué, o sumo sacerdote. Como sumo sacerdote ele representa o povo. E estava diante do Senhor com trajes sujos. Esses trajes sujos simbolizam o que? 

Isaías 64:6: Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam. 

Trapos de imundícia, trajes sujos, toda a nossa “justiça”. Numa simples leitura temos ‘todas as nossas justiças’, todo o nosso correto proceder. Mas as justiças não são atos bons? 

Não está escrito ‘justiça’ ali? Interessante notarmos que Deus diz que mesmo as boas ações e o ministrar de Josué, o sumo sacerdote do povo de Deus, eram como trajes sujos. 

Vamos a Daniel capítulo 9. Aqui vamos ler sobre os atos de justiça que são de fato “justiça”, que não são trapos de imundícia. Daniel 9:13-14 nos diz que tudo o que fazemos, mesmo que seja bom, todas as nossas boas-obras são trapos de imundícia. 

Encontramos, nesses versos, Daniel orando ao ele ver que o tempo do livramento do cativeiro de Israel estava próximo. Sua oração foi assim:  

13| Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade. 
14| por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não temos obedecido à sua voz.   

O que Deus faz é que pode ser chamado de justiça verdadeira. Justo é o Senhor nas obras que faz. Já as nossas obras, nossos atos bons, são trapos. Se é Deus quem faz, então é justiça verdadeira. 

Abra sua Bíblia em João capítulo 5. Precisamos examinar a vida de Cristo. Em João 5:30 encontramos um Alguém que se tornou ‘nós’, e Ele diz: 

Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.  

Jesus Cristo que era igual a Deus, fez-se a Si mesmo de nenhuma reputação e tornou-se o que eu e você somos. Tomou sobre Si a natureza pecaminosa. Ele foi feito, como está escrito em Hebreus, como seus irmãos em todas as coisas. (Hebreus 2:17). 

Nós, de nós mesmos, não podemos fazer nada certo em coisa alguma, exatamente como Jesus Cristo disse de Si mesmo, “não procuro a minha vontade, não faço minhas próprias obras”, pois ao tornar-se um com a humanidade, isso O colocou na mesma posição da humanidade, onde não podia fazer Suas próprias obras. 

João 5:19-20, alguns versos acima, Jesus diz ainda: 

19| Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. 
20| Porque o Pai ama ao Filho, e mostra-lhe tudo o que ele mesmo faz; e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.   

Jesus diz, “Nada posso fazer de mim mesmo, mas o Pai me mostra o que Ele está fazendo, e portanto, eu faço igualmente.” Isso vem a calhar com as seguintes palavras de João 14:10: 

Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras. 

Você consegue perceber que Jesus diz que embora fosse o Pai que habitasse nele e fizesse as obras, primeiro o Pai revelava para o Filho o que estava fazendo? E como é que Cristo conhecia o agir do Pai? 

Volte para João 5:39. Jesus está a falar aos Fariseus e diz o seguinte: Vós examinais criteriosamente as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testemunham acerca de mim. Jesus tinha o Novo Testamento? Ele tinha apenas o Velho Testamento, e no Velho Testamento o Pai mostrou o que faria na vida do Filho. 

Por isso que Jesus disse, “o que vejo o Pai fazer, isso também faço.” Uma ilustração muito simples dessa realidade encontramos nas profecias Messiânicas. 

Cristo soube do seu chamado, estudando as escrituras; leu na palavra o que Deus faria no Filho no tempo certo. Em Isaías 55:10-11, embora frequentemente consideremos essa passagem sob a luz de que ela é para nós, ela foi para Jesus Cristo também: 

10| Como a chuva e a neve descem dos céus e não retornam para eles sem regarem a terra e fazerem-na brotar e florescer, a fim de que ela produza sementes para o semeador e pão para os que dele se alimentam, 
11| assim também acontece com a Palavra que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas realizará toda a obra que desejo e atingirá o propósito para o qual a enviei. 

O próprio Jesus examinou as Escrituras, pois eram elas mesmas que testificavam de si próprio, e ao Ele ler essa Palavra, ela cumpriu nEle o propósito para o qual havia sido enviada. Salmos 119:11. Ellen White aplica esse verso em particular a Jesus Cristo. 

Como foi que Jesus Cristo viveu uma vida cheia das obras de Deus? Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti. Ele escondeu, armazenou a palavra, as Escrituras, e elas fizeram a obra quando o tempo certo chegou. 

Parábolas de Jesus, p.25, fala sobre a palavra de Deus e diz qual é a “nossa parte”, e por Jesus Cristo ter tomado nosso lugar, foi também a parte dEle: Nossa parte é receber a Palavra de Deus e conservá-la, rendendo-nos inteiramente à sua direção, e será realizado em nós seu propósito. 

1 E ainda no O Desejado de Todas as Nações, p.77: Por que meio venceu no conflito contra Satanás? — Pela Palavra de Deus. Unicamente pela Palavra pôde resistir à tentação. “Está escrito”, dizia. 2 Então, Ele diz, “Não busco minha própria vontade; não faço as obras. 

É o Pai que faz as obras em mim; vem do Pai a minha vitória sobre todas essas tentações.” E como o Pai fez as obras? Somente através da palavra. “Unicamente pela Palavra pôde [Cristo] resistir à tentação.” Vá a Isaías 55:11. 

Quero que olhemos para essa questão por um momento, e que possamos ver o quão importante é sabermos que a palavra de Deus não retorna para Ele vazia, mas ela – ela – vai realizar e prosperar naquilo a que foi enviada. Cristo, Retidão Nossa 231 assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei.

Deuteronômio 32:1-2: 1| Inclinai os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca. 2| Caia como a chuva a minha doutrina; destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a erva e como chuvas sobre a relva.  Minha doutrina ou ensino, ou ainda, as palavras que descendem da Minha boca, cairão como chuva e destilarão como orvalho. 

Será que existe uma estreita conexão entre a passagem de Isaías 55 e essa passagem em particular, que nos referimos como uma das promessas da chuva serôdia, do derramamento do Espírito Santo, e que essa doutrina é, na verdade, o fato de que Deus derramará a chuva serôdia sobre nossos corações e nos fará florescer e carregar frutos? 

Leiamos Joel 2:23, esse verso vai conectar as coisas. A palavra de Deus é como a chuva que cai. A doutrina de Cristo, a doutrina de Deus, cairá como a chuva. Alegrai-vos, pois, filhos de Sião, e regozijai-vos no Senhor vosso Deus; porque ele vos dá em justa medida a chuva temporã, e faz descer abundante chuva, a temporã e a serôdia, como dantes. 

(Na King James Version, encontramos assim: “...pois ele vos deu a chuva temporã moderadamente, e ele fará descer a chuva, a primeira, e a última no primeiro mês). Aqui novamente está falando de chuva, de águas que veem do céu. 

Na Tradução Literal Jovem se lê assim: E vós, ó filhos de Sião, alegrai-vos e regozijai-vos em Jeová, vosso Deus, porque ele vos deu o mestre para justiça, quem faz descer sobre vós banho de aspersão e muitas águas no princípio. 

Nas margens lemos: “Ele vos deu o mestre de justiça de acordo com a justiça”. Um mestre de fazer-o-que-é-certo de acordo com o que realmente é o fazer-o-que é certo! 

Ao examinarmos a vida de Cristo vemos Sua fonte de retidão, vemos a palavra a trabalhar e produzir a justiça. Essa compreensão de que o poder está na palavra em si mesma para realizar as coisas, está intimamente ligada com a doutrina de Deus dos últimos dias, intimamente ligada com a justificação. 

Mas note que na tradução literal jovem, Ele nos deu esse mestre para justiça no princípio. O primeiro passo é compreender o fato de que o poder de Deus está na palavra, esse compreender é o princípio, ou melhor, é só o começo, porque depois, só depois é que a palavra vai seguir e produzir os efeitos finais. 

Podemos encontrar isso em Joel 2:28-29: 28| Então, depois desses eventos, derramarei do meu Espírito, sobre todos os povos! Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os idosos terão sonhos, os jovens ganharão visões! Esse será o derramamento final. 

Mas o que precisa vir primeiro? A doutrina que cai como chuva e destila como orvalho. Sem a compreensão de que a palavra de Deus realiza o fato, não pode haver o derramamento final da chuva serôdia. Antes de receber a chuva serôdia, que é nossa grande expectativa, precisamos entender justiça de acordo com justiça, como demonstrada na vida de Cristo. 

Até que entendamos, não podemos receber o Espírito Santo em toda a sua plenitude. Não podemos! Ainda estamos no começo? Estamos esperando o derramamento do Espírito enquanto ainda nos falta aprender os próprios fundamentos da palavra de Deus? Até que percebamos que o poder de Deus está na própria palavra e que realiza a própria coisa em si, Deus não pode derramar o Espírito sobre nós. 

A essa altura, a conexão entre esses versos e Isaías 55 está muito clara. Cristo resistiu as tentações apegando-se à palavra e submetendo-se ao seu controle. Qual é o tipo de poder contido na palavra? Gênesis 1:1: No princípio criou Deus os céus e a terra.  

Como foi que Deus criou? Versos 2-3: 2| A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas. 3| Disse Deus: haja luz. E houve luz. Ele “disse” e lá apareceu. A mesma coisa acontece ao continuar lendo os dias consecutivos, Deus “disse”. 

Versos 6-7: 

6| E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 
7| Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi. Cada dia Deus “disse” e assim foi. 

Esse é o fundamento básico da palavra de Deus. O Desejado de Todas as Nações, p.77. Já lemos uma parte desse texto, agora vamos ler um contexto maior: “Vem o príncipe do mundo”, disse Jesus; “ele nada tem em Mim”. João 14:30. 

Nada havia nEle que correspondesse aos sofismas de Satanás. Ele não consentia com o pecado. Nem por um pensamento cedia à tentação. O mesmo se pode dar conosco. A humanidade de Cristo estava unida à divindade; estava habilitado para o conflito, mediante a presença interior do Espírito Santo. 

E veio para nos tornar participantes da natureza divina. Enquanto a Ele estivermos ligados pela fé, o pecado não mais terá domínio sobre nós. Deus nos toma a mão da fé, e a leva a apoderar-se firmemente da divindade de Cristo, a fim de atingirmos a perfeição de caráter. 

E a maneira por Cristo, Retidão Nossa 233 que isso se realiza, Cristo no-la mostrou. Por que meio venceu no conflito contra Satanás? — Pela Palavra de Deus. Unicamente pela Palavra pôde resistir à tentação. “Está escrito”, dizia. 

E são-nos dadas “grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo”. 2 Pedro 1:4. Toda promessa da Palavra de Deus nos pertence. “De tudo que sai da boca de Deus” havemos de viver. 

Quando assaltados pela tentação, não olheis às circunstâncias, ou à fraqueza do próprio eu, mas ao poder da Palavra. 3 Você gostaria de ter a mesma experiência que Cristo teve? Onde nem os sofismas de Satanás nem o seu próprio coração podem te enganar? Onde nem mesmo por um pensamento você se renda a tentação? Bem, Cristo já nos mostrou como isso pode acontecer. Cristo não cedeu. 

Mas, como tem sido na sua vida? 
Como foi no seu último ano, sua última semana? 
E no seu pensamento? 
Será que Satanás encontrou algum gancho para ele nos seus pensamentos? 
Na sua vida? Como se sente ao olhar para seu passado? 

Como se sente ao olhar para essa sua última semana, ou talvez, essa última meia hora que você está aqui? 

Será que é parecido com o que o sumo sacerdote Josué sentiu ao comparecer diante Deus? 

Vestes sujas! Porém, qual foi a promessa? 

“Tirai-lhe essas vestes sujas… e te vestirei de vestes festivas.” Será que podemos louvar a Deus por essas palavras? Sim, impreterivelmente. Parábolas de Jesus, p.166: 

Somente as vestes que Cristo proveu, podem habilitar-nos a aparecer na presença de Deus. Estas vestes de Sua própria justiça, Cristo dará a todos os que se arrependerem e crerem. “Aconselho-te”, diz Ele, “que de Mim compres... vestes brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez.” Apocalipse 3:18. 

Este vestido fiado nos teares do Céu não tem um fio de origem humana. O que isso significa? Nem um fio de origem humana. Este manto da justiça de Cristo está cheio do justo-proceder de Deus, é feito do próprio Deus tecendo perfeitamente a vida de Cristo. 

Em Sua humanidade, Cristo formou caráter perfeito, e oferece-nos esse caráter. Quando você lê a palavra “caráter” ali escrita, não entenda como apenas alguma coisa relacionada a uma função mental. Caráter é o resultado de pensamentos e sentimentos que cultivamos. E por sua vez, os hábitos são formados, e hábitos constroem o caráter. 

A promessa é que Cristo formou caráter perfeito, e nos oferece esse caráter. Uma mudança completa de realidade, mudança de tudo aquilo que ocupa a mente, mudança de hábitos e mudança de vida! “Todas as nossas justiças” são “como trapo da imundícia.” Isaías 64:6. 

Tudo que podemos fazer de nós mesmos está contaminado pelo pecado. Mas o Filho de Deus 234 Anunciando O Alto Clamor “Se manifestou para tirar os nossos pecados; e nEle não há pecado”. 1 João 3:5. 

O pecado é definido como “o quebrantamento da lei”. 1 João 3:4 (VT). Mas Cristo foi obediente a todos os reclamos da lei. De Si mesmo, disse: “Deleito-Me em fazer a Tua vontade, ó Deus Meu; sim, a Tua lei está dentro do Meu coração.” Salmos 40:8. 

“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra Ti.” (Salmo 119:11). 

Quando esteve na Terra, disse aos discípulos: “Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai.” João 15:10. Por Sua obediência perfeita tornou possível a todo homem obedecer aos mandamentos de Deus. Ele guardou os mandamentos de Seu Pai. O que foi que lemos sobre o poder da palavra? Precisamos nos apropriar dela, guarda-la. 

A palavra produz. Ao nos sujeitarmos a Cristo, nosso coração se une ao Seu, nossa vontade imerge em Sua vontade, nosso espírito torna-se um com Seu espírito, nossos pensamentos serão levados cativos a Ele; vivemos Sua vida. 4 Amigos, chamamos isso de que? Chamamos de unidade, somos então um com Cristo. 

A vida de Cristo é nossa vida. A lei requer obediência individual e Cristo tornou-se você e eu. Viveu uma vida perfeita sendo você e eu. Ele diz, “Aqui, aceite, isso satisfaz a lei”. 

Nossa vida se funde com Sua vida. Consegue ver o quão reconciliados estamos? Coração com coração, vontade com vontade, mente com mente e pensamentos cativos. Uma só mente, um só coração. Isso é o que significa estar trajado com as vestes de Sua justiça. Estás nu hoje? Quando então o Senhor nos contemplar, verá não o vestido de folhas de figueira, não a nudez e deformidade do pecado, mas Suas próprias vestes de justiça que são a obediência perfeita à lei de Jeová.

As vestes de justiça. Suas próprias vestes de justiça, de correto-proceder. Porque essas vestes de justiça incluem obediência prática, por isso que intitulei esse sermão de: “Cristo, Minha Retidão”. Com muita frequência pensamos na palavra “justiça” de um jeito sem relação com a prática.
 
Pensamos mais num sentido legal ou estritamente uma questão de caráter, mas não, ela equivale também a obediência prática, fazer-o-certo. Caminho a Cristo, p.62: Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça [correto-proceder] em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. 

Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. 

O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado. Ler isso faz você se sentir melhor ao lembrar-se da última semana que teve? Louvado seja o Senhor por essas palavras, porque quando descobrimos quem somos, e nos damos conta de que nosso proceder, mesmo que seja um correto-proceder, se for nosso não vale de nada; mas não somos deixados lá na altitude a secar, nem somos abandonados num poço escuro e úmido. 

Ao ver essa vida, a que Jesus viveu, como sendo nossa própria vida, uma existência perfeita que Deus conta como sendo nossa, que quando nos vê, vê essa vida e não nossas ofensivas falhas, isso nos traz tanta paz, não traz? Louvo de verdade ao Senhor por isso. 

Minha desamparada alma se agarra a essa realidade. Precioso raio de luz em meio a escuridão que conforta nossas almas – que mesmo sendo tão pecadores, estamos diante de Deus como se nunca houvéssemos pecado. 

Chamamos isso do que? Chamamos de justificação, não chamamos? Esse amor perdoador de Deus. Do livro Fé e Obras, p.89, vem um novo elemento, o precioso manto de Cristo que apreciamos tanto: Mas, embora Deus possa ser justo e ao mesmo tempo justificar o pecador, pelos méritos de Cristo, homem algum pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo, enquanto comete pecados conhecidos, ou negligencia conhecidos deveres. 

Deus requer a completa entrega do coração, antes que possa ocorrer a justificação; e para que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência contínua, mediante ativa e viva fé que opera por amor e purifica a alma.  

Conseguiu captar isso? Sob a luz dessas palavras, deixe-me perguntar como se sente ao pensar na última semana que passou? Constantemente caímos no perigo de achar que justificação é como uma capa que me cobre enquanto continuo nesse processo de cometer erros na caminhada da santificação. Caímos no perigo de pensar que está tudo bem se cometermos um erro ou outro, ainda estou coberto com o manto de justiça de Cristo. 

Porém, precisamos deixar algo bem claro aqui em nossas mentes e vida: “ninguém pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo enquanto pratica pecados conhecidos ou negligencia obrigações conhecidas.” 

Para que seja possível ao homem reter a justificação é preciso haver obediência contínua. A palavra de Deus diz, “Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé... Se é que já não estais reprovados.” (2 Coríntios 13:5). Poderia eu pensar que estou justificado e aceito diante de Deus como se nunca houvesse pecado enquanto estou pecando contra à luz que possuo? 

Será que sou realmente aceito diante de Deus como se nunca tivesse pecado? Não se eu estiver “praticando pecados conhecidos ou negligenciando deveres conhecidos”. 

Não se não estiver em “obediência contínua”. Talvez você esteja fazendo o que eu fiz por quase toda a minha vida, por quase toda a minha caminhada Cristã, vivendo uma mentira, num falso senso de segurança pensando que está tudo bem. Estou justificado. 

Posso ir e fazer aquilo que quero fazer, aprender com meus erros anteriores, e então voltar, que está tudo bem, ainda estou coberto pelo sangue de Cristo. Amigos, perdemos nossa justificação se cometemos um pecado conhecido. Agindo assim, precisamos voltar no tempo e crucificar o Filho de Deus de novo e de novo. 

Leiamos essa declaração em The Spirit of Prophecy, Vol.4, p.299: 

Ninguém se engane com a crença de que Deus lhe aceitará e abençoará enquanto está intencionalmente transgredindo um de Seus mandamentos. Cometer um pecado conhecido faz silenciar a voz testemunhadora do Espírito, e separa de Deus a alma. Jesus não pode habitar no coração que desrespeita a lei divina. Deus só honrará aos que O honram. 

As Escrituras são claras: nenhuma condenação há, se você estiver em Cristo Jesus, pois que amizade existe entre luz e trevas? Como posso sequer pensar que estou em Cristo enquanto estou intencionalmente engajado em algum pecado conhecido? Não estou em Cristo se assim procedo. Abandonei minha justificação e agora preciso voltar e me arrepender. 

E quanto tempo demora para isso acontecer? Note o que diz aqui: “cometer um pecado conhecido faz silenciar a voz do Espírito Santo”. Quanto tempo levou para que Maria e José encontrassem a Jesus? Três dias de um doloroso exame de coração. Quanto tempo leva para encontrar a justificação novamente? Quão terrível e enganoso é nosso próprio coração?
 
E quando disserem “paz e segurança”, repentina destruição sobrevirá; vamos tomar essa verdade num sentido pessoal. Que tipo de destruição eu falei? Repentina. Quer dizer que não estaremos esperando por nenhuma destruição. Porque achamos que estamos bem. Pensei que estivesse coberto com o manto da justiça de Cristo. 

Pensei que fosse normal cometer alguns erros. Sim, se você errou por ignorância ou se você foi enganado a cometer pecado, o Espírito de Profecia é claro em dizer que é uma história diferente. Mas se você possui luz e faz a escolha, cometeu intencionalmente, estando, portanto, perante Deus vestido com trapos de imundícia. Que faremos, portanto? Porque isso é algo que precisamos aprender a lidar da forma certa em nossas vidas. Que faremos? Como nos apresentar diante de Deus? Bem, já lemos lá – na vida de Jesus vemos exatamente o que fazer – devemos ler a Bíblia da mesma forma que Jesus lia. 
 
Vamos ler Mateus 1:20-23. Gostaria de meditar sobre isso por um momento. Conhecemos bem essa passagem. Temos aqui o anjo falando com José na última parte do verso 20: 

20| E, meditando ele sobre isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo;  
21| ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. 
22| Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: 
23| Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco. 

Dar o nome de Jesus cumpria o que o Velho Testamento disse, de que Ele seria chamado Emanuel, Deus conosco. 

Vemos que Emanuel, “Deus conosco”, é sinônimo de Jesus, que salvaria dos pecados. Esse mesmo “Deus conosco” proveria a solução para o problema do pecado. Gostaria de ler o que Alonzo T. Jones disse sobre esses versos nos Boletins da Conferência Geral de 1895: Cristo não seria Deus conosco sem que se tornasse nós mesmos, porque não é a Si mesmo que é manifesto ao mundo. 

Não vemos a Jesus nesse mundo como Ele era no céu; Ele não veio a este mundo na forma como Ele era lá, e nem foi aquela personalidade, de antes de Ele vir a esse mundo, que foi manifestada. Cristo afirma que nada é de Si mesmo, e sim que “o Pai... faz as obras”. 

Ele veio revelar o Pai. Ele se esvaziou de Si mesmo para tornar-se ‘nós’. Assim sendo, colocou sua confiança em Deus, Deus habitou Nele. Ele, sendo ‘nós’, e Deus estando com Ele, temos Ele sendo “Deus conosco”. É esse o Seu nome. 

Se Ele tivesse vindo a esse mundo na forma que Ele era lá no céu, sendo Deus e manifestando a Si mesmo exatamente como Ele era lá, ao Deus estar com Ele, seu nome não teria sido “Deus conosco”, porque dessa forma Ele não teria sido ‘nós’. Mas esvaziou-se de Si mesmo. 

A Si mesmo não se manifestou ao mundo. Está escrito: “ninguém conhece o Filho senão o Pai”. E o Pai não revela o Filho para o mundo, mas o Filho revela o Pai. Cristo não é a revelação de Si mesmo. Ele é a revelação do Pai para o mundo, no mundo e para o homem. 

Portanto, é o Pai que é revelado ao mundo, revelado para nós, e revelado em nós através de Cristo. Esse é o ponto principal que estudamos o tempo todo. Cristo se esvaziou para que o Pai revelasse a Si através de Cristo. E isso aconteceu ao Ele ter sido ‘nós’, e o Pai estava nele, e Ele era “Deus conosco”. Este é o centro em torno do qual tudo mais circula. 

Isso é o que Alonzo T. Jones diz, e conhecemos aquela citação de Ellen White “a verdade central em torno da qual se agrupam todas as verdades” (Manuscript Releases, Vol.12, p.33). A reconciliação e o sacrifício de Jesus Cristo. Que Cristo viveu sendo nós e que o Pai estava com Cristo. (2 Coríntios 5:19) E Cristo tendo tomado nossa natureza humana em todos os pontos da carne e, dessa forma, tornando-se nós, ao lermos sobre Ele e sobre como o Pai lida com Ele, estamos lendo sobre nós mesmos e sobre como o Pai lida conosco. 

O que Deus fez para Ele, fez para nós; o que Deus fez por Ele, fez por nós. Por conseguinte, novamente está escrito: “Deus fez daquele que não tinha pecado algum a oferta por todos os nossos pecados, a fim de que nele nos tornássemos justiça de Deus”. 2 Cor. 5:21. O Pai fez as obras nEle e Ele era ‘nós’. Assim sendo, o Pai fez as obras em nós. 

Quando a operar em Cristo, Ele estava operando em você e em mim. Este é o centro em torno do qual se agrupam todas as verdades. Se quisermos entender as coisas corretamente em todos os pormenores, é através dessa grandiosa verdade. Aquilo que o Pai fez por Cristo, Ele fez por nós, e aquilo que Deus fez para Ele, fez para nós. 

As obras de Deus em Cristo, são as obras de Deus em nós. E se esse é mesmo o caso, o seguinte verso não é verdade? Gálatas 2:20: Fui crucificado juntamente com Cristo... Amém? Sem sombra de dúvidas. Porque se Ele de fato tornou-se ‘nós’ e Ele foi crucificado, então fui crucificado com Ele. 

Continuando, o que aconteceu com Jesus Cristo? Ele viveu novamente. ...e, desse modo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E essa nova vida que agora vivo no corpo, vivo-a exclusivamente pela fé no Filho de Deus, que me amou e se sacrificou por mim. Cristo vive. E como foi que Cristo viveu? Pela palavra que procede da boca de Deus. Pela fé de Jesus que creu que a palavra realizaria o que fosse, e por se render à essa palavra. 

Quero ler os comentários de Alonzo T. Jones na revista The Advent Review and Sabbath Herald, 24 de Outubro de 1899: “JÁ ESTOU crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” 

Não tem nada de errado em enfatizar o que essa passagem diz, ao notar o que ela não diz. Ela não diz, ‘eu quero ser crucificado com Cristo’. Não diz, ‘ó, como gostaria de ser crucificado com Cristo para que houvesse uma possibilidade de Ele viver em mim’. 

Mas a passagem diz, “Já estou crucificado com Cristo”. E ainda: ela não diz, ‘Paulo foi crucificado com Cristo; Cristo viveu em Paulo; e o Filho de Deus amou Paulo e se entregou por Paulo’. Embora isso seja verdade, não é o que a passagem está dizendo, nem o que ela quer dizer; pois significa exatamente o que está escrito. 

E está escrito, “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.” Portanto, esse verso é um lindo e sólido fundamento da fé Cristã de cada alma desse mundo. Assim, é feito possível a cada alma dizer, com toda a garantia da fé Cristã, E não é isso que buscamos, ao vermos o que temos feito e precisamos tanto de uma garantia? Bem, aqui está ela, na palavra de Deus. 

Assim, foi tornado possível a cada alma dizer, com toda a garantia da fé Cristã, “Ele me amou”. “Ele a si mesmo se entregou por mim”. “Já estou crucificado com Cristo”. “Cristo vive em mim”. Leia também 1 João 4:15. Qualquer um que diga, “Já estou crucificado com Cristo”, não está na incerteza. Não está acreditando num palpite apenas. 

Não está dizendo uma virgula sequer que não lhe seja dada garantia. Cada ser humano desse mundo pode dizer, verdadeiramente e com toda a sinceridade, “Já estou crucificado com Cristo”. Isso não é mais que uma simples aceitação de um fato, aceitar algo que já foi consumado; porque essa palavra é a sentença de um fato. Fato esse de que Jesus Cristo foi crucificado. 

E ao Ele ser crucificado, nós também fomos crucificados, porque Ele foi um de nós. Seu nome é Emanuel, “Deus conosco” – não Deus com ele, mas “Deus conosco”. Quando seu nome não é Deus com ele, mas Deus conosco; e quando Deus com Ele não era Deus com Ele, mas Deus conosco, então quem foi Ele senão “nós”? Teve que ser “nós” para que Deus com ele pudesse ser não Deus com ele, mas “Deus conosco”. 

E quando ele foi crucificado, então quem era ele senão “nós” sendo crucificados? Essa é a grandiosa verdade que é anunciada nesse texto. Que Jesus Cristo foi “nós”. Formado da mesma carne e sangue que nós somos formados. Possuía a mesma natureza. 

Em todos os pontos como nós. “Pelo que convinha que em tudo fosse feito semelhante a seus irmãos”. Esvaziou-se de si mesmo, e foi feito na semelhança de homem. Ele foi “o último Adão”. E exatamente da mesma forma que o primeiro Adão foi “nós”, Cristo, o último Adão, foi também “nós”. Quando o primeiro Adão morreu, nós, tento parte com ele, morremos com ele. 

Quando o último Adão foi crucificado, - ele, sendo “nós”, e nós, tendo parte com ele, - fomos crucificados também. Assim como o primeiro Adão foi ele mesmo a raça humana inteira, o último Adão foi ele mesmo toda a raça; e ao último Adão ser crucificado, toda a raça humana – a velha e pecadora natureza humana – foi crucificada com ele. Por isso está escrito: “Sabendo isto, que o nosso homem velho FOI CRUCIFICADO COM ELE, para que o corpo do pecado fosse destruído, a fim de não servirmos mais ao pecado”. 

Está entendendo tudo isso? Quão profundo! E tudo isso ao simplesmente tomar a palavra de Deus como se lê. Amigos, quanta esperança está contida nesse verso? Em apenas um único verso está o poder de Deus para salvação, salvação que já está disponível se aceitarmos esse fato. 

Assim, cada alma desse mundo pode verdadeiramente dizer, no perfeito triunfo da fé cristã, “Já estou crucificado com Cristo”; minha velha natureza pecaminosa foi crucificada com ele, para que este corpo do pecado fosse desfeito, a fim de que eu não sirva mais ao pecado. 

Rom. 6:6. E vivo, não mais eu; mas Cristo vive em mim. Trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, - a crucifixão do Senhor Jesus, pois estou crucificado com ele, - para que também a vida de Jesus se manifeste em meu corpo. 

Pois eu, que vivo, estou sempre entregue à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em minha carne mortal. 2Cor. 4:10,11. E a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim. Consegue perceber que todos os outros versos entram juntos em cena? 

Todos poderosamente interconectados com esse abençoado fato da crucifixão do Senhor Jesus, que foi realizado por cada alma humana? Nesse abençoado fato da crucifixão do Senhor Jesus, realizado por cada alma humana, não está lançado apenas o fundamento de fé para toda a alma, mas nele é dado o próprio dom da fé a toda a alma. 

Portanto, a cruz de Cristo não é apenas a sabedoria de Deus apresentada a nós, mas é o próprio poder de Deus manifestado para nos libertar de todos os pecados, e nos levar a Deus. Ó, pecador, irmão e irmã, creia. Ó, aceite. Renda-se à essa poderosa verdade. Diga e diga novamente em total garantia de fé, e repita para sempre. “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. 

Repita essa verdade; porque é verdade; é a própria verdade e é sabedoria e é poder de Deus, que salva a alma de todo o pecado. 9 Repita! O que foi que ele disse? Ele disse “repita para sempre”! Ó, amigos, vamos passar a repetir isso para sempre? Cada dia, cada hora, cada minuto, cada momento: “Já estou crucificado com Cristo”! Essa é a palavra de Deus ou não é? No princípio veio Cristo. Quando Deus veio criar a terra havia somente escuridão. E disse Deus, “Haja luz”, e ouve luz. Deus diz hoje, “Repita essa verdade, é a minha palavra”, apenas aceite! 

Deus diz que já fomos crucificados com Cristo – então, já fomos! Mas vai além disso, Paulo continua, “e vivo, não mais eu, mas agora vivo pela fé no Filho de Deus”. E como foi que o Filho de Deus viveu? Já tocamos nesse assunto momentos atrás. Ele dependeu da palavra. 

Viveu de cada palavra que procede da boca de Deus. Se Ele se tornou ‘nós’, morreu, e nós morremos junto com Ele, então, como devemos viver com Ele? Exatamente do mesmo jeito! Dependendo da palavra de Deus para operar em nós, se crermos e aceitarmos esse fato. 

Mas então, por que é que falhamos e caímos? Por que nos encontramos fora dos limites do precioso dom da justificação? Porque paramos de acreditar. Duvidamos de Deus, essa é a razão. Dizemos para Deus que sua palavra não é verdade. Essa é a realidade da coisa. Dizemos, “Deus, você é um mentiroso”, e escolhemos pecar. 

Nós escolhemos pecar! Por que escolhemos pecar? Porque na hora é tão emocionante e parece tão agradável. Ali naquele momento pensamos que o pecado está oferecendo algo melhor que o que Deus oferece. 

Duvidamos da palavra de Deus. Pois a palavra de Deus diz o que? Salmos 16:11. Nós achamos que o pecado é tão emocionante e tão prazeroso, muito mais que passar tempo com Deus. Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; à tua mão direita há delícias perpetuamente. Chamamos Deus de mentiroso ou não? E pensar que preferimos o pecado e escolhemos desfrutar dos prazeres momentâneos do pecado. 

Apenas um pequeno momento. Assim estamos dizendo para Deus que pecar é mais agradável do que estar com Ele. Estamos duvidando da palavra de Deus. Estamos dizendo que Ele é um mentiroso. Por que é que o pecado consegue apelar tanto assim conosco? Porque não cremos que estamos crucificados com Cristo – essa é a razão. 

Se acreditássemos mesmo que Ele foi “você e eu”, morreu, e nós morremos com Ele, então, o que aconteceu com o corpo desse pecado? Abramos a Bíblia em Romanos no capítulo 6 para rapidamente analisarmos esses versos. Queremos abordar de forma prática essa realidade de agora. 

Porque somos tão propensos a nos focar em nós mesmos e buscar agradar nosso eu cometendo o pecado; porque duvidamos da palavra de Deus; duvidamos do poder que a palavra de Deus possui. Ao fazer assim, nossa própria salvação é colocada em dúvida. 

Romanos 6:2-11: 

2| Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Se fui crucificado com Cristo, por que ainda estou pecando? 
3| Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? 
4| Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Óbvio, pois se Ele foi ressuscitado, nós também ressuscitamos em novidade de vida. 
5| Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; 
6| sabendo isto, que o nosso homem velho foi crucificado com ele, Quem foi crucificado com ele? Aquele velho homem que ama o pecado foi crucificado. para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. 
7| Pois quem está morto está livre do pecado.  Amigos, se ainda somos cativos do pecado, não estamos mortos! Simples assim. O eu ainda está vivo. Duvidamos do poder da palavra de Deus. 
8 E mais, se já morremos com Cristo, cremos que também com Ele viveremos! Devemos crer nisso, para começo de assunto, se é que morremos com Cristo, não é mesmo? Porque assim, a ação da fé entra em operação e cremos que também viveremos com Ele. 
9| sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele. 
10| Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus. 
11| Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. 

O que a palavra considerai quer dizer? Envolve a atividade da mente. Percebe? Fé é mais que uma crença. É algo que envolve um processo de pensamento. Sua realidade depende das funções da sua mente. “Considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus”. 

Considerai, refleti, raciocinai. Se Jesus diz que estou crucificado com Ele, o que são esses clamores da minha natureza carnal? São frutos da minha imaginação. São apenas sentimentos, reações químicas, impulsos elétricos. Não existem. De acordo com a palavra de Deus, o “velho homem” morreu. O corpo de pecado foi desfeito. 

É nossa falta de fé que nos faz cair sob o engano do Diabo. Continuando em Romanos 6:12-13: 

12| Portanto, não permitais que o pecado domine vosso corpo mortal, forçando-vos a obedecerdes às suas vontades. 
13| Tampouco, entregais os membros do vosso corpo ao pecado, como instrumentos de iniquidade; antes entregai-vos a Deus com quem fostes levantados da morte para a vida; e ofereçais os vossos membros do corpo a Ele, como instrumentos de justiça. 

Entrega, envolve apenas entrega! Se conseguirmos entender esse conceito que o texto traz, as coisas começarão a ficar mais simples. Porque ou estamos nos entregando a Deus ou ao Diabo. Não somos de nós mesmos. Existem apenas duas influências nesse mundo. 

Existe ou a influência do pecado, ou a influência de Deus. Como é que caímos em pecado? Nos entregamos à influência do pecado. A palavra de Deus nos diz que da mesma maneira que você está se entregando ao pecado, “entregai-vos à Minha influência”, entregai-vos ao poder da palavra. 

Essa palavra, em Romanos 6:12, é “permitir”, “permitir”, “permitir”. Em Isaías 45:8, também encontramos os céus e a terra permitindo que algo seja produzido. “Gotejai, ó mais elevados céus, fazei com que chova justiça; derramem-na em abundância as nuvens. Abra-se a terra e produza a Salvação, ao mesmo tempo faça a terra brotar a retidão! Eu, Yahweh, o SENHOR, a criei. (Tradução direta da versão King James em inglês: “Derramai, ó céus, das alturas, e deixai destilar a justiça: deixai que a terra se abra, e permiti que dela brote a salvação, e deixai que ao mesmo tempo nasça a justiça; eu, o Senhor, as criei”.) 

É disso que precisamos? Que brote a justiça em nossa vida? Consegue notar que existe aí uma ação? Deixar e permitir brotar, nascer e surgir. Amós 5:24 diz: Em vez disso, deixai correr livre o direito como um rio caudaloso, e a justiça como um ribeiro eterno! “Deixai” que corra como poderosa correnteza. 

Deixe que a justiça, retidão, seja derramada como muitas águas. Está bem ali. Esperando deixarmos! A perfeita retidão de Jesus está apenas esperando ser derramada sobre nós como poderosa correnteza, pois eis que se tornou ‘nós’. A vida de Cristo foi nossa própria vida. 

Está logo ali, esperando para vir como correnteza sobre nossos corações e invadir nossa vida prática; para purificar-nos das ações do pecado. Se apenas quisermos. Nosso querer é o fator decisivo aqui, não é? Enquanto Deus, em Cristo, viveu uma vida de retidão, sendo a vida de Cristo nossa própria, ainda existe um único aspecto que faz com que ela seja completamente nossa, nossa escolha! 

É assim que Deus pode de fato dizer, “Sim, a vida de Cristo é a sua vida”. Porque precisamos escolher que seja nossa. Mas, amigos, quando aqui falamos em escolha, estamos falando da ação da vontade. Mente, Caráter e Personalidade, Vol.2, p.691: Logo que inclinemos nossa vontade a harmonizar-se com a vontade de Deus, a graça de Cristo Se apresenta para cooperar com o agente humano; Vemos o mesmo princípio aqui também. 

Esperando para se apresentar a nós. Mas precisamos querer. não será, porém, substituto para fazer nosso trabalho independentemente de nossa resolução e nossa decidida ação. ... é unicamente o agente humano aceitando a luz, despertando as energias da vontade, compreendendo e reconhecendo aquilo que ele sabe ser justiça e verdade, e assim cooperando com os serviços celestiais designados por Deus para a salvação da alma.  

Lembram-se do paralítico junto ao tanque de Betesda? Cristo veio e ele agiu sob a palavra de Cristo. Ao ele agir conforme a palavra de Cristo mandou, Deus deu o poder e ele foi curado. Caminho a Cristo, p.51: De igual modo sois vós um pecador. Não podeis expiar vossos pecados do passado, nem podeis mudar vosso coração e tornar-vos santos. Mas Deus promete fazer tudo isto por vós, mediante Cristo. 

Vós credes nesta promessa. Confessai os vossos pecados e entregai-vos a Deus. Vós quereis servi-Lo. Tão depressa isto fazeis, Deus cumpre Sua palavra para convosco. Se credes na promessa — credes que estais perdoado e purificado [EU AMO ISSO!] — Deus supre o fato: sois curado, exatamente como Cristo conferiu ao paralítico poder para caminhar quando o homem creu que estava curado. Assim é se o credes. 

Já estou crucificado com Cristo? Creia, e Deus suprirá o fato. Conhecemos a citação que ‘ninguém se pode esvaziar a si mesmo do eu. Somente podemos consentir em que Cristo execute a obra’. (Parábolas de Jesus, p.80). Mas ainda há pecado em sua vida? Existe perfeita obediência em sua vida? Pode estar seguro de que se não há perfeita obediência em sua vida é porque você não crê verdadeiramente. 

Esse é o motivo! Não está acreditando naquilo que Deus diz. Não está lendo a palavra de Deus e recebendo a palavra como detentora de poder em si mesma. Se ainda temos pecado em nossas vidas, é porque não cremos. Jesus creu e Ele viveu uma vida de retidão. 

Nenhuma mentira foi encontrada em sua boca. Se realmente acreditássemos em Deus; se acreditássemos na justiça; se de fato confiássemos na reconciliação de Jesus Cristo da forma como estudamos aqui, que aquilo que Deus fez por Ele, fez por nós; se verdadeiramente admitíssemos que Sua palavra tem poder; se realmente confiássemos numa herança eterna e imortal, então, o hábito de reclamar cessaria e viveríamos nós também uma vida de retidão. 

Temos muito o que fazer, não temos? Temos um trabalho pesado pela frente para vencermos o pecado, não é mesmo? John Bunyan, no livro The Work of Jesus Christ as an Advocate (O Trabalho de Cristo Jesus como um Advogado), nos diz que sim, nós temos, temos muito trabalho e trabalho pesado. 

Assim diz ele: Aquele que se compromete a acreditar, toma sobre si a tarefa mais difícil que já foi proposta ao homem; não porque as coisas que nos são impostas sejam incoerentes ou inexplicáveis, mas por causa do coração do homem, quanto mais verdadeiro algo é, mais o homem tropeça nele; Cristo diz, “Porque Eu digo a verdade, vós não credes em mim.” (João 8:45). 

Por isso, acreditar é chamado de esforço, busca diligente, (Hebreus 4:11); e por vezes é a obra mais difícil que qualquer homem possa tomar em suas mãos, por ser assaltado pelas maiores oposições; porém, crer tu deves, para que não seja tão árdua a obra. 

Esforço – aqui está nosso trabalho a fazer – nos agarrarmos à palavra de Deus. Creia! E se crermos nela, ali estará nossa confiança, não é verdade? Vamos passar a depender da palavra. E a palavra produzirá o fato. Exatamente como Jesus navegou como o sol acima de tudo, nós também o faremos. Mas não, não foi fácil para Ele. 

Ele precisou se esforçar, não precisou? “Jesus ofereceu orações e súplicas, em alto clamor e com lágrimas àquele que o podia salvar da morte.” Hebreus 5:7. Ele também achou que era difícil crer, porque Ele tinha esse mesmo coração humano, que sente que quanto mais verdadeiro algo é, mais difícil de cumprir. Mensagens Escolhidas, Vol.1, p.337: 

Muitas vezes havemos de prostrar-nos em pranto aos pés de Jesus... 

Agradeço a Deus pelo Espírito de Profecia nos dizer isso. Está nos contando que Deus sabe que não vamos entender do jeito certo da noite para o dia. Ele sabe que vamos cometer erros. 

Muitas vezes havemos de prostrar-nos em pranto aos pés de Jesus, por motivo de nossas faltas e erros; mas não nos devemos desanimar; cumpre orar mais fervorosamente, crer mais plenamente, e de novo tentar.  

“De novo tentar!” João, o escritor do Apocalipse, viu uma multidão de pessoas sobre um mar de vidro. Eles guardaram os Mandamentos de Deus e a fé de Jesus. 

Gostaria de encerrar com uma citação mais de Alonzo T. Jones da Conferência Geral de 1895; é a fé de Jesus que devemos ter: Quando Cristo tomou nosso lugar, disse: “Colocarei minha confiança nEle”, e essa confiança nunca foi desapontada. 

Em resposta a essa confiança, o Pai habitou nEle e com Ele, guardando-o de pecar. Quem era Ele? Nós. E assim o Senhor Jesus trouxe para cada homem deste mundo a fé divina. Essa é a fé do Senhor Jesus. Isso é fé salvadora. Fé não é algo que vem de nós mesmos com a qual cremos nEle, mas é algo com a qual Ele acreditava – fé que Ele exerceu, que Ele traz para nós, torna-se nossa, e opera em nós – dom de Deus. 

É isso o que significa a palavra, “Aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.” Eles tem a fé de Jesus, a fé divina que foi exercida por Jesus, que foi exercida nEle mesmo. 

Ele, sendo ‘nós’, trouxe essa divina fé que salva a alma – essa divina fé, e através dela podemos dizer junto com nosso Jesus, “Colocarei a minha confiança nEle.” E ao colocarmos nossa confiança nEle, essa confiança não será hoje menos desapontada do que foi lá atrás. Deus respondeu àquela confiança e habitou em Jesus. 

Deus responderá a essa confiança também hoje e habitará em nós. 13 Aqui está! Se lançarmos mão dessa fé. Ela está disponível a nós. Já é nossa. “Vivo exclusivamente pela fé no Filho de Deus”. Gálatas 2:20. O resto virá – contínua obediência! 

E ao esse povo estar ali de pé sobre o mar de vidro, consegue imaginar todos os santos, os que são de grande estatura e gigantesco intelecto olhando para um povo baixinho, pequeno e frágil, tendo um caráter aperfeiçoado mesmo depois de 6000 anos de degradação pelo pecado? 

Vocês recordam que o mundo vai se maravilhar diante dessa realidade? Consegue visualizar? Bem, agradeço muito a Deus que Jesus veio exatamente onde estou para tornar isso possível. Que essa seja nossa experiência.

Esse foi um sermão pregado Camron Schofield em 26 de outubro de 2013, tradução Carol Formiguieri