Conhecemos muito bem a história contida em Zacarias 3:1-7.
Assim lemos a visão:
1| Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor.
2| Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo?
3| Ora Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé diante do anjo.
4| Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de trajes festivos.
5| E acrescentou: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor estava ali de pé.
6| E o anjo do Senhor declarou a Josué, dizendo:
7| Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa, e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui.
Vemos Josué, o sumo sacerdote. Como sumo sacerdote ele representa o povo. E estava diante do Senhor com trajes sujos. Esses trajes sujos simbolizam o que?
Isaías 64:6: Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como o vento, nos arrebatam.
Trapos de imundícia, trajes sujos, toda a nossa “justiça”. Numa simples leitura temos ‘todas as nossas justiças’, todo o nosso correto proceder. Mas as justiças não são atos bons?
Não está escrito ‘justiça’ ali? Interessante notarmos que Deus diz que mesmo as boas ações e o ministrar de Josué, o sumo sacerdote do povo de Deus, eram como trajes sujos.
Vamos a Daniel capítulo 9. Aqui vamos ler sobre os atos de justiça que são de fato “justiça”, que não são trapos de imundícia. Daniel 9:13-14 nos diz que tudo o que fazemos, mesmo que seja bom, todas as nossas boas-obras são trapos de imundícia.
Encontramos, nesses versos, Daniel orando ao ele ver que o tempo do livramento do cativeiro de Israel estava próximo. Sua oração foi assim:
13| Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos sobreveio; apesar disso, não temos implorado o favor do Senhor nosso Deus, para nos convertermos das nossas iniquidades, e para alcançarmos discernimento na tua verdade.
14| por isso, o Senhor vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós; pois justo é o Senhor, nosso Deus, em todas as obras que faz; e nós não temos obedecido à sua voz.
O que Deus faz é que pode ser chamado de justiça verdadeira. Justo é o Senhor nas obras que faz. Já as nossas obras, nossos atos bons, são trapos. Se é Deus quem faz, então é justiça verdadeira.
Abra sua Bíblia em João capítulo 5. Precisamos examinar a vida de Cristo. Em João 5:30 encontramos um Alguém que se tornou ‘nós’, e Ele diz:
Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma; como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.
Jesus Cristo que era igual a Deus, fez-se a Si mesmo de nenhuma reputação e tornou-se o que eu e você somos. Tomou sobre Si a natureza pecaminosa. Ele foi feito, como está escrito em Hebreus, como seus irmãos em todas as coisas. (Hebreus 2:17).
Nós, de nós mesmos, não podemos fazer nada certo em coisa alguma, exatamente como Jesus Cristo disse de Si mesmo, “não procuro a minha vontade, não faço minhas próprias obras”, pois ao tornar-se um com a humanidade, isso O colocou na mesma posição da humanidade, onde não podia fazer Suas próprias obras.
João 5:19-20, alguns versos acima, Jesus diz ainda:
19| Disse-lhes, pois, Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho de si mesmo nada pode fazer, senão o que vir o Pai fazer; porque tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente.
20| Porque o Pai ama ao Filho, e mostra-lhe tudo o que ele mesmo faz; e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.
Jesus diz, “Nada posso fazer de mim mesmo, mas o Pai me mostra o que Ele está fazendo, e portanto, eu faço igualmente.” Isso vem a calhar com as seguintes palavras de João 14:10:
Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras.
Você consegue perceber que Jesus diz que embora fosse o Pai que habitasse nele e fizesse as obras, primeiro o Pai revelava para o Filho o que estava fazendo? E como é que Cristo conhecia o agir do Pai?